De Nelson da Conceição à Hugo Souza. A Seleção Brasileira voltará a ter um goleiro negro na meta após mais de uma década, nesta terça-feira (14), quando enfrentará o Japão em amistoso. A equipe treinada por Carlo Ancelotti fará seu segundo jogo de preparação para Copa do Mundo de 2026.
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A última vez que a Seleção Brasileira foi à campo com um goleiro negro foi em 2014, com Jefferson, no extinto "Superclássico das Américas". Contra a Argentina de Messi e companhia, o ídolo do Botafogo foi protagonista da partida, quando defendeu um pênalti cobrado pelo camisa 10. O Brasil venceu aquele confronto por 2 a 0, com dois gols de Diego Tardelli.
Jefferson defendeu pênalti do Messi no Superclássico das Américas 2014 (Foto: Divulgação/Twitter Botafogo)
Hugo Souza tem prestígio de Ancelotti
Um dos principais jogadores do Corinthians, Hugo Souza dará continuidade a história de goleiros negros na Seleção Brasileira, iniciada por Nelson da Conceição, que defendeu a Amarelinha em 1923, quando atuava pelo Vasco. O goleiro do time paulista goza de certo prestígio com Carlo Ancelotti — Hugo apareceu nas três convocações do italiano à frente da Seleção.
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A trajetória do goleiro alvinegro com a Amarelinha, entretanto, é antiga. Além de ter frequentado várias equipes das categorias de base, Hugo recebeu a primeira convocação para a seleção profissional em 2018, quando ainda tinha 19 anos. Na ocasião, o jogador foi chamado por Tite para compor o elenco que enfrentaria Estados Unidos e El Salvador, em amistosos após a Copa do Mundo da Rússia.
Hugo Souza está na terceira convocação para Seleção Brasileira com Ancelotti (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Estigma do goleiro negro
Durante muitos anos, houve um julgamento por parte da torcida em cima de quem defendia a meta da Seleção Brasileira. Após a derrota para o Uruguai na Copa de 1950, o goleiro Barbosa foi apontado como o grande culpado para o revés em pleno Maracanã. A questão ganhou tanta proporção que somente 16 anos depois um goleiro negro voltou a vestir a camisa do Brasil em mundiais, com Manga, no confronto contra Portugal pela fase de grupos da Copa do Mundo de 1966.
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Depois, foram necessários 40 anos até que Dida fosse titular nos cinco jogos da Canarinho na Copa de 2006, disputada na Alemanha. Desde então, foram poucos os que tiveram a oportunidade de defender a Seleção Brasileira — nenhum deles em copas.
Barbosa era o goleiro do Brasil na Copa do Mundo de 1950 e é ídolo do Vasco (Foto: Divulgação/Vasco)
Pênaltis aproximam Hugo da Copa de 2026
Hugo Souza vive grande fase debaixo da trave do corintiana. Mas as grandes atuações do camisa 1 são nas cobranças de pênaltis. Desde que chegou ao Corinthians, o goleiro defendeu 8 das 24 cobranças que foram no gol, o que dá um aproveitamento de 33%.
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Alisson continua com desempenho seguro tanto no Liverpool (ING), quanto na Seleção e, em plenas condições físicas, deve ser o titular de Ancelotti na Copa do Mundo. No entanto, Hugo Souza desponta como forte opção para integrar o elenco por conta da sua habilidade nas penalidades.