3IATLAS - Foto: Jack_the_sparow/Shutterstock.com
Um novo relatório científico revelou que o objeto interestelar 3I/ATLAS, o terceiro viajante cósmico detectado vindo de fora do nosso Sistema Solar, é significativamente maior e mais massivo do que se estimava anteriormente. Os cálculos indicam que o objeto, que já foi comparado ao tamanho da ilha de Manhattan, possui um núcleo sólido com diâmetro superior a 3,1 milhas (cerca de 5 km) e uma massa que supera 33 bilhões de toneladas. Esta anomalia nas dimensões reacendeu o debate sobre sua verdadeira natureza, especialmente após a sugestão de um proeminente astrofísico de Harvard de que o 3I/ATLAS poderia ser um artefato tecnológico alienígena. Contudo, a comunidade científica majoritária contesta a ideia.
Cálculo de massa e trajetória incomum
Pesquisadores chegaram à nova estimativa de massa e tamanho analisando a trajetória do 3I/ATLAS no Sistema Solar.
O cálculo levou em conta a aceleração não gravitacional do objeto e a quantidade de massa que está sendo eliminada por meio de gases e partículas de poeira. O resultado sugere que ele é, em termos de massa e tamanho, até cinco ordens de magnitude maior que seus antecessores interestelares, ‘Oumuamua (detectado em 2017) e 2I/Borisov (em 2019). O objeto, composto principalmente por dióxido de carbono, continua a ser monitorado pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (NASA) e pela Agência Espacial Europeia (ESA) enquanto se move através de nosso ambiente planetário.
Argumento da tecnologia extraterrestre
O astrofísico Avi Loeb, da Universidade Harvard, e sua equipe têm argumentado que as características anômalas do 3I/ATLAS, como sua aceleração não gravitacional e uma aproximação incomum de Júpiter, Vênus e Marte, poderiam ser evidências de que o objeto é uma sonda alienígena.
A equipe sugere que a “baixa inclinação retrógrada” do 3I/ATLAS, girando na direção oposta aos corpos principais do nosso sistema, permitiria que ele realizasse um “reconhecimento” mais eficiente dos planetas internos. Para os pesquisadores defensores desta hipótese, a trajetória e o tamanho seriam muito incomuns para um corpo celeste natural, o que justificaria considerar a possibilidade de uma origem tecnológica avançada.
Cientistas contestam a hipótese artificial
A teoria que sugere uma origem artificial para o objeto interestelar é amplamente rebatida por outros astrônomos e pesquisadores de institutos como o SETI e a NASA.
Eles afirmam que as propriedades do 3I/ATLAS são plenamente compatíveis com fenômenos naturais, como a ejeção gravitacional de um corpo de outro sistema estelar. Os críticos da tese alienígena apontam diversos fatos que sustentam sua origem natural:
A velocidade hiperbólica de aproximadamente 58 km/s é típica de objetos ejetados gravitacionalmente de sistemas distantes.
O espectro de luz do 3I/ATLAS é similar ao de asteroides do tipo D e ao do cometa 2I/Borisov.
A trajetória anômala do objeto pode ser explicada pelo plano galáctico, onde a maioria das estrelas se encontra.
Essas evidências reforçam que, embora seja um cometa exótico e incomum, ele se comporta de acordo com as leis da física e geologia.
Próximas observações e segurança cósmica
Recentemente, duas sondas em órbita de Marte registraram a “visão mais próxima” já obtida pela ESA do 3I/ATLAS, fornecendo dados cruciais para futuras análises.
Apesar das especulações, a trajetória do 3I/ATLAS indica que ele não representa nenhuma ameaça à Terra. Ele passará a uma distância segura, com sua maior aproximação do Sol ocorrendo em 29 de outubro, quando a Terra estará do lado oposto do astro, e alcançará o ponto mais próximo de Marte em sua órbita.
Um visitante cósmico mais antigo que o sol
Análises independentes de sua órbita e composição sugerem que o 3I/ATLAS pode ter se originado do disco espesso da Via Láctea.
Essas observações indicam que o cometa pode ter bilhões de anos, possivelmente sendo mais antigo do que o próprio Sol e a Terra. Essa antiguidade extrema, combinada com suas características físicas, o consolida como um valioso espécime natural de outras regiões da galáxia, oferecendo pistas únicas sobre como os sistemas planetários se formam fora do nosso. A oportunidade de estudar um corpo tão antigo e distante tem o potencial de aprimorar significativamente a compreensão da astronomia sobre o universo.