A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) afirmou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que o Mercado Livre omitiu informações sobre a atuação do marketplace no varejo farmacêutico. No mês passado, o Cade autorizou o Mercado Livre a comprar a Cuidamos Farma, farmácia na zona sul de São Paulo. A operação alertou o setor, que tem exclusividade na venda de remédios pela internet.
O Mercado Livre rechaça os argumentos da Abrafarma. “O Mercado Livre ainda não atua na venda de medicamentos em seu marketplace, sendo a comercialização desses produtos proibida em nossos termos e condições”, afirmou a empresa em comunicado na última semana.
No documento enviado ao Cade, o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena, questionou a falta de controle do marketplace sobre a venda de remédios.
“É no mínimo curioso como a plataforma consegue controlar perfeitamente a venda de armas, de munição, de drogas ilícitas, mas não tem qualquer controle sobre a venda de medicamentos em sua plataforma”, escreveu Mena na última quarta-feira, 8.
Se o órgão antitruste concluir que o Mercado Livre omitiu informações sobre a compra da farmácia, a decisão que autorizou a venda pode ser cassada, e o marketplace, multado.
Centro de distribuição do Mercado Livre Foto: Daniel Teixeira/Estadão