O Wall Street Journal afirmou neste domingo (12) que o futuro econômico da Argentina sob Javier Milei pode ter impacto sobre toda a América Latina. Em editorial, o jornal elogia as reformas pró-mercado do presidente, mas adverte que o recente socorro de US$ 20 bilhões dos Estados Unidos à moeda argentina será inútil sem a adoção do dólar como referência monetária.
Na semana passada, o Tesouro americano interveio para conter a desvalorização do peso argentino, comprando moeda local e criando um “marco de swap cambial” de US$ 20 bilhões com o Banco Central da Argentina. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou na rede X que o país enfrenta “um momento de iliquidez aguda” e prometeu “medidas excepcionais” para estabilizar os mercados.
O WSJ reconhece que a operação trouxe alívio temporário ao câmbio, mas considera que a crise argentina é de confiança e não de liquidez. Segundo o texto, as reformas de Milei, como o ajuste fiscal e o fim do “ataque peronista aos negócios”, melhoraram o ambiente econômico, mas a inflação acima de 30% e o risco de retrocesso político mantêm o país vulnerável.
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O jornal enfatiza que o êxito de Milei teria alcance regional:
“Se Milei conseguir transformar suas reformas pró-mercado em sucesso econômico e político, a lição se espalhará para o restante da América Latina e além. Seria uma vitória contra a maré de populismo de esquerda que tem causado problemas do Brasil à Colômbia, Venezuela e América Central.”
O editorial acrescenta que, para essa transformação ocorrer, é preciso restaurar a confiança na moeda, algo que, na visão do conselho editorial, só virá com a dolarização. O texto cita o exemplo do Equador, que adotou o dólar em 2000 e “derrotou a inflação”.
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O WSJ questiona por que Milei, que durante a campanha prometeu extinguir o Banco Central, agora resiste à medida, e atribui a oposição ao ministro da Economia, Luis Caputo, a fundos que lucram com operações em peso e ao próprio FMI.
O jornal conclui que, se o Tesouro americano não pressionar Buenos Aires a dolarizar a economia após as eleições legislativas de outubro, o resgate de US$ 20 bilhões acabará desperdiçando “bons dólares atrás de maus pesos”.