Enquanto Lara vive cercada por tecnologia, Laura Martins Laranjeira, 9 anos, prefere gastar energia longe das telas. Aluna de ginástica rítmica desde os 5 anos, ela se diverte correndo e jogando com os amigos. “Gosto de brincar de esconde-esconde e de queimada. Dá para correr, me divertir e gastar energia”, contou. Segundo ela, as aulas de educação física na escola são o momento preferido para realizar seus passatempos.
Para Laura, o Dia das Crianças deste ano será ainda mais especial: o feriado vai ocorrer juntamente com sua festa de aniversário, apesar de ter nascido no dia 14. “Vai ter festa e bastante presente!”, disse, animada. O mesmo entusiasmo não existia quando seus avós, Maria de Fátima Vieira Martins, 74, e Heraldo Martins Miguel, 78, tinham a mesma idade. “Na nossa infância, o Dia das Crianças era só mais um dia. A gente não ganhava nada, nem lembrava da data”, contou o avô.
Enquanto a neta prefere se divertir na escola ou nas aulas de ginástica, a avó conta que também gostava de gastar a energia, mas em outros ambientes “Eu brincava muito de pular corda, voltava para casa toda suja de terra, mas feliz”, relembra. Hoje, segundo ela, observa a neta crescer em um mundo mais fechado e tecnológico. “As crianças têm menos liberdade, é muito difícil ver crianças na rua, brincando seja do que for. Mas continuam se divertindo do jeito delas”, disse.
A mãe de Laura, Jéssica Helena Vieira Martins, 45, tenta equilibrar as rotinas da filha. “Deixo no máximo duas horas por dia de celular, o contato é normal. Mas ela também pratica esporte. O importante é brincar, de qualquer forma.”
As famílias de Lara e Laura mostram que o Dia das Crianças mudou tanto quanto as brincadeiras. As avós cresceram em uma época sem celebrações e sem data especial, enquanto as mães começaram a comemorar com bonecas e reuniões em família. Já as netas, vivem o feriado como um dia de festa, com direito a jogos, brincadeiras e presentes especiais.