Os dois tomógrafos do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, principal unidade do Estado, quebraram e estão sem funcionar. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap) nesta terça-feira (14). Já é a segunda vez em menos de um mês que os dois aparelhos deixam de funcionar.
Segundo a Sesap, os equipamentos estão em conserto desde segunda-feira (13). A previsão é de que um deles volte a funcionar ainda nesta terça. Enquanto isso, os pacientes estão fazendo exames no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, que já fez mais de 100 exames desde o último domingo.
A falta de funcionamento desses aparelhos está afetando a vida das pessoas que precisam do serviço. Foi o caso de Damião Pedro da Silva, de 80 anos de idade, que estava pedalando na entrada de Campo Redondo, na região do Trairi do Rio Grande do Norte, quando foi atropelado por um carro. O caso ocorreu nesse domingo (12). Inicialmente, ele foi atendido no Hospital Municipal de Campo Redondo, mas por conta da fratura nas costas e da pancada na cabeça teve que ser transferido para o Walfredo Gurgel.
Ele fez um raio-x no Walfredo Gurgel e teve o pé engessado. No entanto, ele precisava do tomógrafo para fazer exames de imagem mais detalhados, porém, nenhum estava funcionando no hospital. A família de Damião teve que ir para o Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, onde tomografia foi feita.
“Nós voltamos para o Walfredo com a tomografia feita. O médico avaliou e disse que ele iria para a sala de cirurgia. Nesse período todo, ele estava bem, falando bastante, dizendo que não estava sentindo dor, só que ele não imaginava a fratura nas costas”, revela Ariedna Lima, nora de Damião.
Após três horas de cirurgia, a anestesista avisou a nora que ele perdeu muito sangue devido ao corte nas costas. Ou seja, ele estava com uma quantidade mínima de sangue no corpo. “Foi isso que ocasionou a morte dele. Ele teve muitas fraturas, fraturou cinco costelas, teve perfuração no pulmão, ele poderia ter feito a tomografia logo e ter detectado tudo isso. A maior causa foi a perca quase total de sangue. Foi isso que a anestesista me passou”, detalhou.
“Meu sogro não tinha comorbidade, apesar da idade de 80 anos, era bem ativo, ele pedalava, tinha muita saúde e não tomava nenhum tipo de remédio. Eu nem sei explicar, sabe. Estou até agora sem entender isso”, lamentou.