BRASÍLIA – O deputado Arthur Lira (PP-AL) obteve da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, a garantia de que o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, será mantido no cargo. Vieira foi escolhido para o comando da Caixa por indicação de Lira, em 2023, quando ele era presidente da Câmara.
O governo começou a demitir todos os indicados pelos 251 deputados que, na semana passada, votaram contra a Medida Provisória alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Embora o Centrão tenha se posicionado para derrubar a MP, Lira não estava presente na hora da votação.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, foi indicado por Lira para o comando do banco Foto: Taba Benedicto/ Estadão
Além da Caixa, o ex-presidente da Câmara mantém afilhados políticos em cargos regionais em Alagoas, seu reduto eleitoral. Mesmo assegurando a permanência de Vieira, Gleisi avisou Lira que haverá mudanças em vice-presidências da Caixa.
Aliado do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), José Trabulo Júnior, por exemplo, já perdeu o cargo de consultor da presidência do banco.
Foi Lira quem pediu o encontro com Gleisi, no Palácio do Planalto. Por ordem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra está promovendo o que chama de “primeira fase” da reacomodação da base aliada.
A segunda etapa ocorrerá nas próximas semanas, com a redistribuição dos cargos. A estratégia do Planalto consiste em tirar cadeiras de quem foi nomeado por indicação de “caciques” do Centrão e privilegiar quem não traiu o governo, mesmo que esteja em partidos desse grupo.
O movimento tem como pano de fundo a disputa eleitoral de 2026 e a construção de palanques para a campanha de Lula. Dirigentes do Centrão, por sua vez, querem lançar a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao Planalto.
Até agora, as demissões já atingiram apadrinhados do PP, União Brasil, PSD, MDB e até do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além da Caixa, o expurgo alcançou Correios e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), além de superintendências regionais no Ministério da Agricultura, na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).
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